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2 de dezembro de 2024 4 mins. de leitura

Com apenas 24% da área agrícola com sinal de internet, Brasil tem o desafio de conectar o produtor rural Por Fernanda Farias – editada por Mariana Collini em 02/12/2024 Uma fazenda conectada é mais produtiva e o produtor rural brasileiro sabe disso há muito tempo. Do escritório na fazenda, ele monitora a operação de dezenas […] 5p4a5h

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Com apenas 24% da área agrícola com sinal de internet, Brasil tem o desafio de conectar o produtor rural

Por Fernanda Farias – editada por Mariana Collini em 02/12/2024

Uma fazenda conectada é mais produtiva e o produtor rural brasileiro sabe disso há muito tempo. Do escritório na fazenda, ele monitora a operação de dezenas de máquinas nas lavouras e até antecipa quando uma delas poderá precisar de manutenção. Enquanto colhe o grão, o agricultor já negocia – e fecha – a venda, seja para mercados internos ou externos. Não há limite para as possibilidades que a inteligência artificial ou a simples conexão com a internet podem abrir para o agronegócio. Mas existe um “detalhe” que pode tornar toda essa realidade apenas um plano: a conectividade.

No Brasil, apenas 24% da área agrícola, cerca de 20 milhões de hectares, tem sinal 3G ou 4G, concentrados no Sul e Sudeste. Os dados são da Associação Conectar Agro, que reúne empresas do agronegócio e de tecnologia, entre elas, a Tim Brasil. Segundo o diretor de Desenvolvimento de Mercado IoT & 5G da operadora, Alexandre Dal Forno, em seis anos de projeto, a empresa já levou internet para 18 milhões de hectares de áreas produtivas. “É considerável, mas ainda está aquém dos 60, 70 milhões [de hectares] de área produtiva que temos.”

Para Eduardo Penha, diretor de Marketing e Comunicação da Case IH para América Latina, um dos principais impactos está na tomada de decisão do negócio. “A falta de internet no campo impede que se faça a gestão de dados, seja de máquinas ou agronômicos, em tempo real. Atrapalha a tomada de decisões em tempo real.”

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Resultados da fazenda conectada

Uma prova disso são os resultados da Fazenda Conectada da Case IH, criada em setembro de 2021, em Água Boa, no Vale do Araguaia, com o objetivo de mostrar para o produtor rural todos os benefícios que a conectividade pode trazer.

“Já na segunda safra, tivemos resultados surpreendentes, com produtividade 7,3% acima da média das fazendas do município; 7,6% acima das fazendas de Mato Grosso; e 13,4% superior à média do Brasil”, exemplificou Penha. Outro ponto destacado pelo executivo foi a redução de 5,7% no tempo de motor ocioso e, com isso, a economia de 25% no consumo de óleo diesel.

Mudança cultural

Mas para chegar a essa eficiência agrícola, operacional, financeira e de sustentabilidade, foi preciso mexer na cultura do agricultor. “Não basta a conectividade, a antena, as máquinas conectadas para a fazenda fazer uso de todos os benefícios. Tivemos que trabalhar uma mudança cultural muito forte, desde o dono, gerente, agrônomo e os operadores. O pessoal não estava acostumado a ser monitorado e a medir os resultados. Hoje, o dono está junto nessa e consegue, no celular, medir tudo que está acontecendo na fazenda”, avalia Penha.

A conectividade na próxima década

“Os próximos 10, 20 anos serão divertidos”, brinca o COO Brasil e América Latina da Solinftec, Emerson Crepaldi, ao avaliar como o agricultor brasileiro deve evoluir com maior conectividade. “Vamos ver saltos estratosféricos. Esse produtor já usa muito a tecnologia. A diferença é que, com conectividade, ele dá um salto gigante comparado com outros países que, muitas vezes, têm subsídios, uma safra só por ano e um período maior de planejamento”, avalia o executivo. “Estamos falando em aumentar a produtividade em 20% e reduzir em 80% a aplicação de herbicidas.”

Para Artur Yabe Milanez, gerente do Departamento do Complexo Agroalimentar e de Biocombustível do BNDES, a agricultura familiar é um gargalo na questão da conectividade. “Precisamos criar modelos de negócios mais interessantes”, afirmou. Segundo ele, agroindústrias e cooperativas são agentes importantes para ampliar a conectividade. “Elas podem agregar a demanda do o à internet. Isso facilita a operação comercial com a operadora, algo semelhante a planos corporativos.”

Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e professor emérito da Fundação Getúlio Vargas, enxerga o mesmo potencial. “A cooperativa agropecuária tem que investir na conectividade. O sistema público é mais lento, mais caro, mais complicado, mais burocratizado”, avalia.

Segundo ele, em quatro ou cinco anos será possível ver grandes resultados desse movimento. “A agricultura precisa de quatro pilares: custo baixo, produtividade alta, qualidade boa e sustentabilidade. Esses quatro pontos você encontra na tecnologia. Então o resultado é na veia, o custo vai cair muito e a produtividade vai aumentar porque tem eficiência no processo”, conclui Rodrigues.

https://agro.estadao.com.br/inovacao/conectividade-no-campo-impulsiona-os-resultados

Foto: Case/Divulgação

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